quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

EM DEZEMBRO


a lenta
iluminada
agonia

retorna a
voz esquecida sob a
pele

em dezembro

águas passadas movem
moinho



EUNICE ARRUDA

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

TELEGRAMA


Mamãe morreu

Ficamos

Envergonhados


CHUVAS


Algumas pessoas
morreram

Num dia rude de dezembro
depois das
chuvas

Pela televisão as imagens
da cidade afogada

Algumas pessoas morreram
fazendo os gesto estranhos
dos que pedem socorro


EUNICE ARRUDA (poemas do livro "À beira" - Editora Blocos, 1999 - Rio de Janeiro/RJ. Apresentação do professor e escritor Manoel Cardoso). Divulgados no blog http://leilamiccolis.blogspot.com.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009















ROTEIRO DE EUNICE ARRUDA
oficina de criação literária


segunda-feira, 9 de novembro de 2009






















14 de Novembro, sábado às 20h
Convidados: Claudio Willer e Eunice Arruda
Música: tango
Com De Puro Guapos (Martín Mirol, Paulo Brucoli, Luiz Gustavo, Maria Emilia, Marcos Braga, André Parisi, Amilcar Roque, Paulo Henrique)

O "Sarau da Casa" é o sarau mensal da Casa das Rosas - Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura.
Endereço: Av. Paulista, 37
Tel.: (11) 3285-6986
www.casadasrosas.org.br

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

NOSTALGIA


Amo
os
casais

Ombro
a
ombro

Pisando a mesma calçada

Amo os casais que
atravessam
ruas
estações

Seguram as
mãos
não
o tempo

Amo
os
casais

Que permanecem


EUNICE ARRUDA (poema publicado no site "escritoras suicidas" - convidadas - edição 36)

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

RG Editores e Livraria Martins Fontes convidam para o lançamento do livro DIAS CONTATOS de Eunice Arruda

Leitura de Inês Pereira

Prefácio de Caio Porfírio Carneiro


17 de outubro de 2009
das 15h às 17h30

Livraria Martins Fontes
Av. Paulista, 509
(próximo à Estação Brigadeiro do Metrô)
Convênio com estacionamentos: Rua Manoel da Nóbrega, 95 e 88

segunda-feira, 31 de agosto de 2009



PS.: click na imagem acima ou acesse o e-book Alguns (poemas selecionados) de Eunice Arruda.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Oficina de Poesia na Casa das Rosas
com Eunice Arruda

Esta oficina apoia-se na importância do estímulo para a elaboração de textos poéticos e para o exercício sistemático da criação. Consiste ainda na leitura, análise e rescrita dos textos produzidos, além da transmissão de informações sobre o processo de criação literária, linguagem poética, escrita automática e o haicai como exercício de concisão.

SERVIÇO:
Local: Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura
Endereço: Av. Paulista, 37 - Bela Vista
Fone: 11 3285-6986 / 3288-9447
Dias: 12, 19 e 26 de agosto e 02, 09 e 23 de setembro.
Horário: das 19h30 às 21h30


AMPLIAÇÃO

Construo o poema

peda-
ço por
pedaço

Construo um
pedaço de
mim
em cada poema

Eunice Arruda

quarta-feira, 8 de julho de 2009


.Hacais de Eunice Arruda


1.
Árvore cortada
No tronco - tão machucado -
o verde nascendo
2.
Verão. Meio-dia
Na sombra de uma nuvem
o boi cochila
3.
Noite estrelada
O céu - brilhando - se abaixa
silenciosamente
4.
Solidão no inverno
O velho aquece as mãos
com as próprias mãos


"O livro HÁ ESTAÇÕES, de Eunice Arruda, é dividido em 4 partes. Os poemas selecionados pertencem a cada uma das estações: primavera, verão, outono, inverno."

Seleção da escritora Maria de Lourdes Hortas

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Sarau Clube Cem & Linguagem Viva


Eunice Arruda
participará do Sarau Clube Cem & Linguagem Viva, no dia 30 de junho, a partir das 20h30, ocasião em que ocorrerá o pré-lançamento de seu livro de contos “Dias contados. Participarão também os escritores Betty Vidigal, Caio Porfírio Carneiro, Rosani Abou Adal e apresentação musical de Bia Cannabrava (voz) e Lupe Albano (violão).


O Sarau do Clube Cem e do Linguagem Viva será realizado na última terça-feira de cada mês, a partir das 20h30, no Clube Cem, Rua Fradique Coutinho, 1048, Vila Madalena, São Paulo.

Entre outros, a poeta lerá o poema:

UM DIA

um dia eu
morrerei
de sol, de
vida acumulada
na convulsão
das ruas

um dia eu
morrerei e
não
podia:

há poemas
escorregando de meus dedos
e um vinho não
provado

EUNICE ARRUDA

segunda-feira, 25 de maio de 2009

A Casa das Rosas preparou uma programação especial junto à exposição "Mulheres do Planeta", de Titouan Lamazou, trazendo ao público o trabalho de diversas poetas contemporâneas, através de leituras e bate-papos, acompanhados de apresentações musicais e peças teatrais, até 11 de julho. As apresentações acontecerão todos os domingos durante a exposição, das 16 às 19 horas.

07 de junho
Navalha na liga: encenação de poemas e canções de Alice Ruiz.
Recital e bate-papo com a poeta Eunice Arruda, às 17h

Local: Oca - Pavilhão Lucas Nogueira Garcez
Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, s/n Portão 3 - Parque do Ibirapuera

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MULHERES

Mulheres
mecanizadas
simulam
vozes

De passos duros
e roupas leves
alargam a tarde
de fumaça e
objetivos

Têm pressa – não
sonhos

Mulheres mecanizadas
geram filhos e
criam o
abstrato

EUNICE ARRUDA (do livro "Invenções do desespero", São Paulo / SP, 1973)

quarta-feira, 13 de maio de 2009

O MAR

conheço o mar

neste
domingo

conheço
a ternura verde
da árvore

da noite
abraçando o nosso
abraço

neste
domingo

conheço o mar
.... . ........ o nome

que mistura as nossas águas

Eunice Arruda
poema publicado em Portugal no blog: http://porosidade-eterea.blogspot.com/2009/05/os-vossos-poemas.html

quarta-feira, 22 de abril de 2009

encontro na Galeria Olido

"Como nascem os poemas?"

Eunice Arruda falará sobre o processo de criação literária (poesia livre e haicai), partindo de sua experiência como poeta e coordenadora de Oficinas Literárias. Em seguida, fará uma apresentação de seus poemas e responderá às perguntas do público.

Dia: 28 de abril de 2009
Horário: às 18h
Local: Galeria Olido ( Avenida São João, 473 ) São Paulo – SP

UM VISITANTE

Quem escreve
é
um visitante

Chega nas horas da noite
e toma o lugar do
sono
Chega à mesa do almoço
come a minha fome

Escreve
o que eu nem supunha
Assina o meu nome

EUNICE ARRUDA

(do livro "Mudança de lua", Scortecci Editora, 1986 – SP/SP )

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Lançamento dos livros da Coleção Haicai, em Santos


OBS.: clique na imagem para melhor visualização.





quarta-feira, 4 de março de 2009

Gabriel:
A praça era da
Marco zero da
cidade
Pombas telhados
Uma estação do Metrô

Dentro da Catedral
um ser
humano implora:

- salva-me. Do tempo


EUNICE ARRUDA

Massao Ohno Editor, 1990 – SP

Capa: óleo de Arcângelo Ianelli

(...) Os sugestivos dois pontos – : – do título parecem enfatizar esse aspecto de que algo vai ser dito, anunciado, gerando uma tensão, uma expectativa, criando um espaço que a poeta vai ocupar / como sendo a que traz a mensagem em/com sua poesia. (...)

Sérgio Telles - Suplemento Literário de Minas Gerais, 1991

(...) A característica central do livro é a profunda ligação com a palavra e sua gênese. Poder-se-ia começar pelo título, Gabriel, origem hebraica, herói e homem, e passar ao primeiro texto: "Somos / palavras / O mundo está sendo escrito". (...)

Manoel Cardoso - ARTE & PALAVRA - Aracaju – Sergipe, 1992

(...)Uma das características da boa poesia é o inusitado, o insólito no tratar com as palavras; o antônimo do óbvio, do comum; é o enfoque lírico. Os homens lutam para transformar o sonho em realidade. O poeta é o Quixote lírico, que faz o caminho contrário "o poeta / transforma / a realidade / em sonho". (...)
Ely Vieitez Lanas - O Tablóide - Jornal Cultural - Santa Rita do Passa Quatro / SP, 1993

(...)A poesia de Eunice Arruda procura o núcleo das coisas, o fundo. Pois se constrói mais do que esconde. Os espaços maduros entre um verso e outro. A densidade da palavra é degustada na página. (...)
(...)O texto se entretece de tênues fios, sob o tear habilidoso e exato. E na lição de Pound que diz que a poesia é o máximo de sentido no mínimo de palavras, este livro de fulgor e raízes, explode. Explodirá pelos sentidos do leitor, até o derradeiro grito:

"Súbito trovão
Pombas trocam
de telhado
"


Carlos Nejar - A Gazeta – Vitória / ES, 1996

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

TÃO TRANQÜILA

Tão tranqüila a sala
A tarde caminha lenta impune
Portas fechadas
ressoam vozes
lá fora
um telefone jamais chama

Talvez chova ainda hoje
mas agora
nenhum risco ou relâmpago
Posso dormir neste barco
há árvores à margem sombreando o rio

É tão tranqüila a sala
na tarde seguindo lenta
E vibra
ardente
como uma palma de mão
Aqui descanso do sim e do não


EUNICE ARRUDA (do livro "Risco" - Nankin Editorial, 1998 – SP)

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009


Poemas de Amor para um ano inteiro!
Os dias do Amor

Um poema para cada dia do ano

365 poemas de amor escritos por 365 poetas de todos os tempos e de todos os lugares

Seleção e organização de: Inês Ramos

Prefácio de: Henrique Manuel Bento Fialho

Editora: Ministério dos Livros (Portugal)

Participação de poetas de vários países. Também a presença de autores brasileiros, entre eles: Carlos Machado, Donizete Galvão, Gregório de Matos, Eunice Arruda, Iacyr Anderson Freitas, Vera Lúcia de Oliveira.


AMOR

Num poço escuro
---------no escuro
respiro teu rosto
--------tua boca
aberta em dentes
-----------flores
coloridas dançam
sobre meu corpo
se espalha
a água
de muitas fontes


Por um momento a vida me aceita

----------------Eunice Arruda (poema incluído na Antologia Os dias do Amor)